Capítulo 16 - The love won

"Eu vou rasgar meu coração pra costurar o teu."

                                                                 Chico Buarque
***

– Filha, está melhor? – O homem adentra no quarto da garota.

– Sim, sim. Lógico. Pai... escuta: posso sair?

– Não. Você acabou de sair de um hospital. Filha, precisamos conversar.

Lá vem bomba.

– Filha, você anda muito diferente... – o homem senta-se na cama.

– Como assim? – SeuNome junta as sobrancelhas já sentindo raiva.

– Olha, não quero ser chato, mas você anda me preocupando muito. Antes de... – ele fez uma pausa para tomar coragem – sua mãe morrer – ele fala rápido e sentindo o olho arder graças a uma nova lágrima – você não era assim. Primeiro você começa a andar estranha em com notas nada exemplares. Depois aparece com a cabeça ensanguentada assustando todo mundo, com suspeita de traumatismo craniano. Depois você briga, depois sai de casa sem nem avisar ninguém e nem pra onde foi, depois aparece com sangue que desaparece, é suspensa da escola por a quebrar quase toda. Com poder de levitar as coisas. Pelo menos é o que seu diretor maluco disse. Você não se inscreve em nada de diferente na escola. Nada. Tem o grupo de líderes de torcida, as aulas de teatro e culinária... As aulas de espanhol... E também vivo ouvindo relatos de que você só anda com os fones e chorando. Querida, sua mãe morreu e devemos aceitar isso.

  

   SeuNome poderia responder justificando tudo, mas permaneceu em silêncio. Depois de alguns segundos sem falar nada, ela decide se manifestar:

  – Mas então porque insisto em acreditar que ela está viva?

– Ela não está, meu amor. Agora somos só nós dois. Um pelo outro e os dois pelos dois. Ás vezes sinto que eu sou um péssimo pai. Era sua mãe que costumava a... Conversar sobre isso. – o homem abaixa a cabeça – Mas nunca esqueça que te amo. Muito. Você é a única coisa que me resta, e se me decepcionar vai me mostrar que não fui capaz de cria-la. Não fui capaz de te dar amor. Peço desculpas.

Aquelas últimas frases ficaram sendo repetidas na cabeça de SeuNome. Até ela sentir uma lágrima brotar.

– Pai, está sendo muito difícil pra mim. Eu só ando procurando uma distração. E esses ataques... – SeuNome pensa bem antes de dizer “não são culpa minha” – Vão passar. – ela muda de ideia. – Mas, por favor, eu preciso sair, eu preciso, por favor. EU vou ver uma pessoa que... Sei lá, me envolve em um mistério indescritível e me causa sensações esquisitas.

O homem ri.

– Minha filha está apaixonada... – o sorriso se fecha e ele fita a garota com seriedade – Minha filha está apaixonada?

– Você não queria que eu fosse assim, sua filhinha pra sempre né? E eu não estou apaixonada. Só estou afim de descobrir um mistério e continuar sentindo coisas boas, que é meu único remédio, senão vou permanecer chorando, e tenho certeza que isso parte o seu coração. Por favor, por favor.

– Aonde vai? – o homem cruza os braços.

– Vou para a casa... Da Karen. Karen... Karen... Payne. Mãe de um aluno lá da escola. É... isso. Isso. Pode ligar lá na escola e ver o endereço e o nome dos pais do... Liam. Liam Payne. É isso. Ela... Ela... Faz donuts e browies que nem e a mamãe fazia. E também me dá conselhos. Ela é uma verdadeira... Psicóloga?!

– Sua mãe nunca fez browies ou donuts. Porque está tão assim... confusa?

– Vai por mim pai, ela é tipo minha... mãe britânica viva?!

– Isso está me parecendo muito estranho mocinha.

– Por favor? Eu não te pediria se não quisesse... Se não precisasse muito!

– Tudo bem, mas deve voltar até as dez. Ainda são cinco então acho que dá bastante tempo.

– É por isso que te amo. – a menina levanta da cama correndo e veste uma calça.

Desce as escadas com velocidade e ao chegar à porta pega um sobretudo e veste, umas luvas pretas e  um bota.

Destranca a porta, mas volta correndo e pega o Ipod e os fones, depois sai.

***

– KAAAREN – SeuNome bate desesperadamente na porta.

– SeuNome? – Karen abre, com luvas. Provavelmente estava tirando algo do forno.

– Eu. Vim aqui te visitar, posso entrar? – sorri e tira os fones, os guardando no bolso.

– Claro. – abre a porta.

Ela entra, e tira as botas cheias de neve ficando somente de meia.

– Liam está lá em cima.

– Não estou. Acabei de descer. O que faz aqui SeuNome? Já não basta aquilo? – ele se aproxima de SeuNome.

– Não. Liam, escuta aqui: eu não tenho mais medo de você tá legal? Você mesmo admitiu que... – cala a boca ao perceber que Karen está os fitando.

– Mãe, eu e SeuApelido vamos lá para cima. Estamos só brincando com uma parte da peça de teatro. Lembra que eu te disse que havia entrado uma nova garota no clube? Então... É ela.

SeuNome sorri e acena, vê que Karen assente e sobe junto a Liam.

Subitamente SeuNome sente uma energia negativa e tem certeza que isso irá ficar pior.

– O que faz aqui? – Liam tranca a porta.

– Eu vim te ver.

– Por quê?

SeuNome sorri, e caminha em sua direção.

– Eu não tenho medo de você, Liam James Payne.

– E nem eu de você, SeuNomeCompleto. – a puxa mais para perto com a mão na cintura - Não consigo mais... Resistir a você.

Oi gente, tudo bem? Só quero avisar que o prox capítulo vai ser o melhor. E quero falar que minha mãe mentiu, ela não vai arrumar meu computador. Vou ficar sem, e está me enchendo a paciência usar escondido porque meu irmão descobriu, e ele só não contou pra ela porque fizemos uma acordo: eu tinha que falar pra ela que ele limpou a casa sendo que EU limpei. Cara, minha mãe nem acreditou que o folgado do meu irmão limpou. Ficou toda feliz. Aff. E feliz dia do escritor atrasado para todos os escritores amadores como eu. (Foi ontem).